Figura 1
Havia uma vez, já há
muito, muito, muito tempo, num reino distante, um castelo imponente e bonito.
Vivia ali uma família muito distinta: um rei, a rainha e os seus doze
principezinhos, seis meninos e seis meninas.
Além disso, viviam ali
muitos familiares, e também o castelo era frequentado por ilustres visitantes.
Um exército de servos mantinha o castelo limpinho, todo arrumado, ordenado e
reluzente.
Cuidavam de todas as
necessidades do rei, da rainha dos filhos e de todos os visitantes, e ainda
sobrava tempo para passear e descansar porque cada um cumpria alegremente com
as suas tarefas. No castelo reinava a paz e a obediência.
Figura 2
Mas que ninguém ache que
os reis e seus filhos ficavam coçando a barriga todo o dia, não! Cada um tinha
as suas responsabilidades. As crianças tinham suas tarefas diárias, alguns
lavavam louça, outros varriam, outros arrumavam quartos, etc.
Os reis não queriam que
os seus filhos fossem preguiçosos, e sim queriam seis responsáveis e corajosos
meninos e seis submissas e encantadoras meninas.
Quando o inverno chegou,
o sol se ocultava às cinco da tarde e clareava só às seis da manhã. Como as
noites eram tão compridas, o rei e a rainha tinham no castelo muitos músicos e
artistas para entreter as visitas nos alegres jantares oferecidos para eles.
Figura 3
Um dia chegou ao castelo
um estranho homenzinho. Ele estava procurando emprego como bobo da corte (assim
são chamadas as pessoas que se encarregam de divertir os reis e senhores da
corte)
-Meu nome é Não q. Disse
o homenzinho para o mordomo que abriu a porta.
-Eu sei fazer de tudo:
contar piadas, dançar, cantar, fazer acrobacias, sou muito engraçado!
O mordomo falou com o
rei, que decidiu contratá-lo durante todo o inverno. Foi assim que o bobo da
corte passou a trabalhar no castelo.
Figura 4
Nas primeiras noites
deixou a todos encantados com a sua atuação. Pequenos e grandes riram tanto que
ainda dormindo continuavam se ouvindo gargalhadas nos luxuosos quartos.
Mas logo, logo começou a
acontecer algo muito, muito estranho.
O Bobo da corte tinha
uma característica engraçada, jamais fazia o que pediam pra ele. Se alguém
falava: faça alguma acrobacia. Naoq começava a cantar!
Quando pediam que
cantasse, ele começava a dançar.
E quando pediam que
dançasse, ele começava a contar piadas. No início todos acharam muito
engraçado, mas logo começou a acontecer algo alarmante: muitos começaram a agir
da mesma maneira que o Bobo da corte!
Figura 5
Primeiro os músicos. Os
reis pediam um concerto de violino e eles tocavam os tambores. A rainha pediu:
Amanhã quero uma música alegre porque temos um aniversário, então os músicos
chegavam vestidos de preto tocando músicas muito tristes, tanto que todos
terminavam chorando na festa.
No outro dia o rei
pedia: Agora toquem música suave e tranquila porque queremos conversar com os
visitantes. Mas o que vocês acham que os músicos faziam?
Vestiram-se de cores
estridentes e começaram a tocar seus instrumentos num som altíssimo que não
dava pra ouvir nada!
Todos que estavam no
castelo, tapavam os ouvidos apavorados.
-Guardas! Venham
imediatamente! Disse o rei com muita raiva.
-Prendam estes homens
que estão perturbando a paz do meu castelo!
Mas em lugar de prender
os músicos, os guardas aplaudiam, abraçavam e davam os parabéns, pra eles!
Figura 6
-Mordomos, servos e
servas! Gritava o rei: Venham aqui, por favor!
Mas que coisa mais
maluca! Essa estranha peste tinha pegado em todos os servos do rei.
A rainha chorava
desconsolada quando viu o estado do seu lindo castelo. Todos, do mordomo até o
jardineiro, em lugar de obedecer começaram a brincar, a descansar, outros saiam
a passear.
A terrível e estranha
peste estava por todo lugar. Os cozinheiros no café da manha serviam sopa, e na
hora do almoço chá com bolachas!
As empregadas na hora de
limpar tiravam um cochilo, e na hora de dormir faziam muita bagunça e ninguém
no castelo conseguia dormir.
Colocavam os moveis de
cabeça pra baixo, arrumavam à cama quando as pessoas ainda estavam dormindo.
Ninguém obedecia, era um caos. Até as plantas do castelo se contagiaram.
-Oh, meu rei! Reclamava
o jardineiro:Plantei batatas e nasceram girassóis! Plantei espinafre e nasceu
melancia!
Figura 7
Essa peste pegou também
nos filhos do rei, eles ficaram totalmente insuportáveis! Não obedeciam mais a
os seus pais nem aos seus professores! Todos eles abandonaram as suas
responsabilidades.
Agora ninguém limpava
nem ordenava nada. As crianças riscavam as paredes, brigavam, não dormiam
quando os seus pais mandavam, não queiram ir à escola, não estudavam e nem
banho queriam tomar. Eles faziam o que queriam!
Os visitantes do castelo
ao ver essa doença saíram apavorados, mas tiveram que ir a pé, porque nem os
cavalos queriam obedecer, eles deitavam-se, ou pulavam dando chutes.
Assim o castelo que
tinha sido tão feliz e pacífico se transformou em um tormento, cheio de
prantos, gritos, sujeira, desordem e desobediência!
O rei e a rainha estavam
desconsolados! Todos os habitantes do reino diziam:
-O castelo esta
amaldiçoado!
O único que parecia
feliz neste ambiente de terror era o Bobo da Corte “Naoq”. Ele ficava rindo e
desfrutando da desordem reinando no castelo.
Figura 8
Depois de uns dias, o
rei e a rainha decidiram procurar ajuda a um médico amigo da família que era
muito sábio e experiente. O sábio médico consultou cada pessoa do castelo que
estava infectada com essa terrível doença. Depois de examinar todos, chamou o
rei e a rainha e disse:
-Amados, rei e rainha, a
questão é simples, chamem ao Bobo da Corte, por favor!
Quando o Bobo chegou o
médico vociferou, ou seja, clamou, bradou:
-Agora, você enganador,
diga a sua majestade o seu nome completo!
Tremendo de medo o Bobo
da Corte confessou:
-Meu nome é NAOQ… NAOQUERO e meu sobrenome é REBELDES
-Este delinqüente, apontou
o sábio médico, é o responsável pelo desastre que aconteceu no castelo. Este
homem chamado NÃO QUERO REBELDES, transmite uma contagiosa e terrível doença
chamada de DESOBEDIENTES AGUDA. Esta doença destrói vidas e lares por onde se
espalha.
-Mas agora, aquele que
quiser meu remédio, o livrarei desta peste, e também se sua majestade me
permite, juntos poderemos expulsar o criminoso.
O rei e a rainha
choravam da emoção! Eles chamaram toda a família e todos os habitantes do reino
que estavam contagiados e deram as boas novas. Todos, um a um foram curados
pelo sábio médico e depois, entre todos, pegaram o Bobo da Corte pelos pés e as
mãos e o jogaram pelos ares bem longe do reino e do castelo.
Assim, o amor, a
obediência e a paz voltaram a reinar no Castelo.
- Ah, estava me
esquecendo! O rei e a rainha querem deixar um recadinho aqui:
“O Bobo da Corte,
continua andando por aí! Cuidado crianças, não permitam que entrem nas suas
casas. E se por algum motivo já entrou, não se apavorem, há uma saída, chamem o
médico sábio, o Senhor Jesus, para libertá-los dessa peste e desse malvado”.
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