Um dia, quando meu filho Joshua tinha seis ou sete anos, chegou em casa num choro histérico, porque um dos seus amigos caíra de um brinquedo no recreio da escola e morrera. Sentei com Josh, e disse: - Querido, sei como se sente. Está com saudade dele, e deve mesmo ter esses sentimentos. Mas deve também compreender que se sente assim porque é uma lagarta.
- Como?
Eu já conseguira romper um pouco o seu padrão. - Está pensando como uma lagarta.
Ele perguntou o que isso significava.
- Há um momento em que a maioria das lagartas pensa que morreu. Acha que a vida acabou. Quando isso acontece? - Quando aquela coisa começa a se enrolar em torno delas. - Isso mesmo. Logo toda a lagarta fica envolta pelo casulo. E quer saber de uma coisa? Se você abrisse o casulo, descobriria que a lagarta não está mais ali. Há apenas uma papa, uma substância viscosa. E a maioria das pessoas, inclusive a lagarta, pensa que é a morte. Na verdade, porém, está apenas começando a transformação. Está me entendendo? É passar de uma coisa para outra. E não demora muito a virar o quê?
- Uma borboleta! - respondeu Josh. - As outras lagartas pequenas no chão podem ver que aquela lagarta se transformou numa borboleta?
- Não.
- E o que uma lagarta faz quando sai do casulo?
- Voa. - Isso mesmo, Josh. Sai do casulo, a luz do sol seca as asas, e começa a voar. É ainda mais linda do que antes, quando era uma lagarta. E é mais livre ou menos livre?
- Muito mais livre.
- Acha que vai se divertir mais?
- Claro... tem menos pernas para se sentir cansada.
- Exatamente, Josh. Não precisa mais de pernas, pois tem asas. Acho que seu amigo agora tem asas. Não cabe a nós decidir quando alguém se torna uma borboleta. Achamos que é errado, mas creio que
Deus tem uma noção melhor do momento certo. Agora é inverno, e você gostaria que fosse verão, mas Deus tem um plano diferente. Às vezes temos simplesmente de confiar que Deus sabe como fazer as borboletas melhor do que nós. E quando somos lagartas, às vezes nem sequer percebemos que as borboletas existem, porque estão acima de nós... mas talvez devêssemos sempre lembrar quê estão lá.
Joshua sorriu, deu-me um abraço apertado, e disse: - Aposto que ele é uma linda borboleta!
by Anthony Robbins
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